quarta-feira, 23 de maio de 2007

Faoreste brasileiro?

Ruy Castro escreveu na edição da Folha de S. Paulo de hoje, no artigo "O vasto faroeste": "A ausência conspícua do Brasil no noticiário internacional deixa mal nossos governantes, o atual e seu antecessor. Durante anos, encheram-nos os ouvidos de que o mundo já não podia passar sem eles e, em decorrência, sem nós. (...) O Brsail gera pouca informação de interesse para a mídia estrangeira".

O escritor carioca tem certa razão. Lá fora, o Brasil é visto sob a ótica hegemonista. Somos um país do terceiro mundo, em guerra contra o tráfico de drogas, empobrecido, violento, cuja política é permeada pela corrupção... e por aí vai. É a terra de ninguém. Ou o que chamou de faroeste, aliás, uma palavra e um conceito bem "norte-americanos".

Se o nosso país, e porque não dizer nossa América do Sul, são assim, porque a grande mídia internacional vai nos pautar? A mídia nos diz como ver o mundo e ao mundo como nos ver. Por isso as iniciativas da Telesul e da Rádiosul (que será lançada neste final de mês) são tão importantes para fazermos o contraponto a hegemonia do pensamento único do capital, pelo qual só existe notícia nos países onde circulam os interesses das multinacionais.

No Brasil, o movimento contra-hegemônico se concentrou na internet. Temos a Agência Carta Maior, que quase faleceu sem dinheiro recentemente, o Portal Vermelho, e os sites de algumas organizações e movimentos sociais. A TV Pública que será lançada no final do ano jogará papel importante neste sentido.

O Brasil não é o faroeste que o escritor notou. Nós sabemos. E nem a grande mídia internacional nos convencerá. Essa é a luta de idéias que está colocada.

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