quarta-feira, 6 de junho de 2007

Quem atirou a primeira pedra?

Carlos Chagas, mesmo anti-chavista, registra na sua coluna de 6/6:
Jacobinismos à parte
Caso se torne possível fazer arrefecer a onda nacionalista que exige mais satisfações de Hugo Chávez por ter injuriado o Congresso brasileiro, logo ficará claro o festival de lambanças criado de parte a parte, nos últimos dias. Para começo de conversa, o Senado não tinha nada que enviar nota de protesto ao presidente da Venezuela, por ter tirado do ar uma emissora de televisão. Em nome da liberdade de expressão, ainda se admitiriam discursos candentes de senadores contra a iniciativa de Chávez. Mesmo assim, extemporâneos, porque quem cuida da política externa, pela Constituição, é o Poder Executivo.

Mesmo se descontando a recaída do senador José Sarney, por alguns instantes julgando-se ainda presidente e empenhado em estabelecer uma guerra particular com o presidente venezuelano, a verdade é que o Senado agrediu o histriônico "hermano" de nossa fronteira Norte. Sem dúvida ele reagiu de forma extemporânea, virulenta e atabalhoada, comparando o nosso Congresso a papagaio do Congresso dos Estados Unidos, coisa que ninguém entendeu direito.

Mas que demos o primeiro tiro na água, isso demos. Bem que o presidente Lula tentou botar panos quentes, mas não poderia ficar calado diante da agressão ao Legislativo que o apóia. Tudo indica que a poeira acabará assentando, a menos que Sarney não desencarne e que o singular Marco Aurélio Garcia, este, sim, do Executivo, continue manifestando simpatia pelo fechamento da maior rede de televisão da Venezuela. Algum exemplo a ser seguido por aqui?